Quando estava no colegial, uma amiga me perguntou: "Rubens, vc conhece alguns cd's, alguma banda nova para eu tocar no meu aniversário, porque não aguento mais festas com Legião Urbana!" Eu não pude ajudar muito pois não conhecia muitas músicas na época, e as que conhecia eram todas cristãs (ela não curtiu muito). Mas aquela juventude estava realmente carecendo de um revival no rock ou pop rock brasileiro. Bandas como Titãs e Paralamas já eram manjadas, Renato Russo já havia falecido há algum tempo, Mamonas há pouco tempo, mas era o que tinha. Mesmo eu que não participava dessa cultura musical já sabia decor muitas das músicas destas bandas. Até que no final dos anos 90, vésperas do ano 2000, algumas bandas pós Mamonas começaram a surgir e alcançar um sucesso estrondoso, suprindo tal necessidade daquela juventude. Além do Charlie Brown Jr,
entre as novidades de maior sucesso com certeza foram os Raimundos. Estas bandas realmente cativaram os jovens, lotavam palcos, estágios e programas, independente do local ou canal de tv que apareciam. A presença destas bandas era garantia de sucesso e, acoplado ao sucesso, o dinheiro vinha junto, e na mesma proporção. Para os integrantes das bandas, era o "céu na terra". Em pouco tempo eles deixaram seus empregos habituais e começaram a viver de seu hobby, a "música de garagem", e
se tornaram heróis nacionais entre o público mais exigente e consumista da face da terra: os jovens. Nesta perspectiva, era impensável um integrante de tais bandas optar em abandonar este caminho, independente do motivo.
